Nota 2: não se processa quem colou e/ou postou mensagens no twitter no meio da prova. O procedimento é anular as provas de quem fez esses atos. A ameaça do MEC não é coerente com intimidação de trapaça, só é coerente com intimidação de quem está reclamando dos erros da prova.
domingo, 7 de novembro de 2010
O que fazer quando você prepara uma prova cheia de erros e os alunos te denunciam?
Se for para seguir o exemplo do MEC, aparentemente a resposta é: ameaça processar aqueles que te denunciam e coloca a culpa dos seus erros nos alunos que supostamente "já dançaram"... acho que eu nem preciso escrever texto para dizer que, provavelmente, não existe argumento para justificar essa postura do MEC com relação ao ENEM.
Nota 1: pelo jeito, chegou no MEC a prática do governo Lula (e de outros políticos) de não reconhecer os seus erros, não trabalhar para corrigí-los e intimidar quem denuncia os seus erros.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Quem elegemos para a presidência do Brasil
Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que os dois candidatos do segundo turno eram muito ruins. O Serra é um candidato disposto a prometer qualquer coisa em troca de votos (inclusive aumentar o salário mínimo para 600 reais - acabando com as contas da previdência). Mas, pior que isso, foi um candidato com uma campanha extremamente burra.
Agora, independente disso, elegemos a candidata com as piores promessas em quase todas as dimensões. Para começar, vamos olhar para as propostas de educação. A evidência diz: a melhor política educacional é prover incentivos para os professores estarem dentro de sala de aula e ensinarem bem (proposta do Serra), e não educar e "valorizar" os professores (proposta da Dilma). Explicando melhor: ter um bom professor muda em muito o desempenho dos alunos (mais especificamente, alunos com professores diferentes têm notas, em média e variância, muito diferentes). Porém, o nível de educação do professor explica pouquíssimo dessa "qualidade" do professor (experiência em sala de aula explica um pouco mais). Por outro lado, dar salários condicionais no desempenho das turmas faz muita diferença na nota dos alunos. Passando às propostas de ampliar ensino infantil, esse foi um ponto positivo da campanha. Ainda assim, os candidatos focaram pouco em qualidade do ensino fundamental; para focar muito em oferta no ensino médio e de ensino profissional. Faltou ainda foco em como reduzir, sem truques, a repetência e a evasão do ensino fundamental. Afinal, de que adianta ofertar ensino médio e profissional sem um fundamental de qualidade e com as taxas atuais de evasão escolar no meio do fundamental?
Olhando para as propostas de saúde agora: o programa Saúde da Família estagnou durante o governo Lula e a Dilma pouco falou dele (já o Serra, no último debate, propôs unificar o Bolsa Família com o programa Saúde da Família, o que me parece uma ótima idéia). O programa manda médicos e assistentes médicos para ajudar famílias em comunidades carentes a tratar de problemas básicos de saúde que essas pessoas não sabem tratar por conta própria. Queira ou não queira, o Brasil ainda não é um país que superou problemas de mortalidade e morbidade decorrentes de problemas de saúde básica. O acesso à boa infraestrutura de saneamento básico, durante o governo Lula, aumentou muito pouco. Ou isso é contrário ao que a Dilma disse, ou é uma péssima notícia, já que ela disse que o governo Lula investiu muito em saneamento básico.
Com relação aos investimentos públicos, de novo, podemos olhar para o histórico do governo Lula. Apesar do aclamado PAC, o governo Lula só subiu a taxa de investimentos com relação ao PIB no último ano do seu governo, levantando suspeitas de investimentos eleitoreiros. As cretinices feitas pelo governo Lula em termos de política fiscal, políticas regulatórias (tanto de energia, quanto de anti-truste), de licitações esculhambadas e redistribuição às avessas via empréstimos para o BNDES (lembrem, todas essas cretinices foram aclamadas pela campanha da Dilma) merecem um post só para elas, e deixarei para comentar depois sobre isso...
Eu não sei...se me falassem na televisão que o governo Lula deu, em empréstimos do BNDES para 40 empresas, 7 vezes o que ele deu de bolsa família; o quão vergonhosas são as políticas regulatórias implementadas pela Dilma na área energética (supostamente, especialidade dela, algo a ser tratado em outro post); os factóides que a Dilma inventou em termos de investimentos em saneamento básico e saúde; e a ignorância completa da campanha da Dilma em termos de política educacional...não faria diferença? Mas agora as eleições já passaram, vamos torcer para a nova presidente fazer um governo bom e que melhore os pontos ruins do governo Lula (mantendo os pontos bons).
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