sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Filho de ex-presidente também está sujeito a golpes...
Pelo menos, parece ser o que o filho mais velho do Lula acha...
Impressionante, o sujeito acha que a imprensa não deve noticiar um favor de um (agora ex-) ministro para um filho de um ex-presidente, que essa imprensa é golpista. Não deve ter se acostumado ainda com o fato de não ter mais o pai oficialmente na presidência...
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Confiança e desenvolvimento
Eis um paper (para a versão aberta, veja esse link) bastante legal mostrando o impacto de uma cultura de confiança sobre PIB per capita (o que o paper acrescenta é um método de avaliar a questão mais limpo, com menos endogeneidade e variáveis omitidas que os outros papers que falam do tema).
Existe uma literatura bastante grande (e crescente) em economia tentando falar dos impactos econômicos de se ter um ambiente de confiança nos outros (para algumas referências, veja os papers do Luigi Zingales sobre o tema, dentre outros que escreveram sobre o tema). Porém, essa literatura nunca foi capaz de identificar muito bem o efeito causal de confiança sobre desenvolvimento econômico. Uma outra literatura trata de identificar bem os impactos de cultura sobre o comportamento de pessoas (uma boa referência aqui são os papers da Raquel Fernandez), mas essa literatura ainda não tinha sido capaz de tratar da "grande questão" (por falta de um termo melhor): cultura de confiança gera desenvolvimento econômico? O paper que eu citei me parece ter feito um bom trabalho nessas duas direções: identifica efeitos causais e responde às perguntas grandes.
Me parece, porém, que faltam muitas coisas nessa literatura: para começar, falta entender o que é confiança. Ela representa algum valor de altruísmo com relação a outros, altruísmo esse que pode ajudar um grupo a superar problemas de bens públicos e externalidades essenciais a produção de riquezas? Ou ela representa o bom funcionamento de contratos informais? Em outras palavras, o ponto a ser feito sobre confiança é sobre valores e crenças, ou sobre instituições de facto (ou sobre os dois)?
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Accountability virou tentativa de golpe
Pelo menos, é o que o presidente Lula parece achar...
Alguém tem que avisar o presidente Lula: ou ele acredita no fato de que uma das ações do legislativo é vistoriar o executivo e lutar para que este não abuse dos seus poderes; ou ele não acredita em democracia e separação de poderes.
domingo, 7 de novembro de 2010
O que fazer quando você prepara uma prova cheia de erros e os alunos te denunciam?
Se for para seguir o exemplo do MEC, aparentemente a resposta é: ameaça processar aqueles que te denunciam e coloca a culpa dos seus erros nos alunos que supostamente "já dançaram"... acho que eu nem preciso escrever texto para dizer que, provavelmente, não existe argumento para justificar essa postura do MEC com relação ao ENEM.
Nota 1: pelo jeito, chegou no MEC a prática do governo Lula (e de outros políticos) de não reconhecer os seus erros, não trabalhar para corrigí-los e intimidar quem denuncia os seus erros.
Nota 2: não se processa quem colou e/ou postou mensagens no twitter no meio da prova. O procedimento é anular as provas de quem fez esses atos. A ameaça do MEC não é coerente com intimidação de trapaça, só é coerente com intimidação de quem está reclamando dos erros da prova.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Quem elegemos para a presidência do Brasil
Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que os dois candidatos do segundo turno eram muito ruins. O Serra é um candidato disposto a prometer qualquer coisa em troca de votos (inclusive aumentar o salário mínimo para 600 reais - acabando com as contas da previdência). Mas, pior que isso, foi um candidato com uma campanha extremamente burra.
Agora, independente disso, elegemos a candidata com as piores promessas em quase todas as dimensões. Para começar, vamos olhar para as propostas de educação. A evidência diz: a melhor política educacional é prover incentivos para os professores estarem dentro de sala de aula e ensinarem bem (proposta do Serra), e não educar e "valorizar" os professores (proposta da Dilma). Explicando melhor: ter um bom professor muda em muito o desempenho dos alunos (mais especificamente, alunos com professores diferentes têm notas, em média e variância, muito diferentes). Porém, o nível de educação do professor explica pouquíssimo dessa "qualidade" do professor (experiência em sala de aula explica um pouco mais). Por outro lado, dar salários condicionais no desempenho das turmas faz muita diferença na nota dos alunos. Passando às propostas de ampliar ensino infantil, esse foi um ponto positivo da campanha. Ainda assim, os candidatos focaram pouco em qualidade do ensino fundamental; para focar muito em oferta no ensino médio e de ensino profissional. Faltou ainda foco em como reduzir, sem truques, a repetência e a evasão do ensino fundamental. Afinal, de que adianta ofertar ensino médio e profissional sem um fundamental de qualidade e com as taxas atuais de evasão escolar no meio do fundamental?
Olhando para as propostas de saúde agora: o programa Saúde da Família estagnou durante o governo Lula e a Dilma pouco falou dele (já o Serra, no último debate, propôs unificar o Bolsa Família com o programa Saúde da Família, o que me parece uma ótima idéia). O programa manda médicos e assistentes médicos para ajudar famílias em comunidades carentes a tratar de problemas básicos de saúde que essas pessoas não sabem tratar por conta própria. Queira ou não queira, o Brasil ainda não é um país que superou problemas de mortalidade e morbidade decorrentes de problemas de saúde básica. O acesso à boa infraestrutura de saneamento básico, durante o governo Lula, aumentou muito pouco. Ou isso é contrário ao que a Dilma disse, ou é uma péssima notícia, já que ela disse que o governo Lula investiu muito em saneamento básico.
Com relação aos investimentos públicos, de novo, podemos olhar para o histórico do governo Lula. Apesar do aclamado PAC, o governo Lula só subiu a taxa de investimentos com relação ao PIB no último ano do seu governo, levantando suspeitas de investimentos eleitoreiros. As cretinices feitas pelo governo Lula em termos de política fiscal, políticas regulatórias (tanto de energia, quanto de anti-truste), de licitações esculhambadas e redistribuição às avessas via empréstimos para o BNDES (lembrem, todas essas cretinices foram aclamadas pela campanha da Dilma) merecem um post só para elas, e deixarei para comentar depois sobre isso...
Eu não sei...se me falassem na televisão que o governo Lula deu, em empréstimos do BNDES para 40 empresas, 7 vezes o que ele deu de bolsa família; o quão vergonhosas são as políticas regulatórias implementadas pela Dilma na área energética (supostamente, especialidade dela, algo a ser tratado em outro post); os factóides que a Dilma inventou em termos de investimentos em saneamento básico e saúde; e a ignorância completa da campanha da Dilma em termos de política educacional...não faria diferença? Mas agora as eleições já passaram, vamos torcer para a nova presidente fazer um governo bom e que melhore os pontos ruins do governo Lula (mantendo os pontos bons).
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Nosso vizinho é acusado de terrorismo
É o que dois membros do ETA disseram ao ser presos:
Artur Cubillas é membro do governo Hugo Chávez desde 2005. Deportado da Espanha e com prisão decretada neste país, ele estaria oferencendo, nos últimos anos, um curso para membros do ETA aprenderem a decifrar mensagens, limpar e desmontar armas, além de posições de tiro.
O governo Chavez e seus membros não só estão acabando com a Venezuela como interferem pesada e perniciosamente na política de outros países (e essa não é a primeira evidência disso....). Isso me parece mais um triste caso de governantes usando a política externa das formas mais perversas possíveis para atestar ideologia política (e nós brasileiros já sabemos dos últimos 8 anos como isso funciona...). Alguma outra teoria para explicar isso?
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Censurando a The Economist
Eis os países que fizeram censura da The Economist. Em geral, a censura ocorre quando a revista cobre assuntos políticos locais (por exemplo, isso foi censurado na Líbia; na China, revistas são destruídas, artigos arrancados e mapas de Taiwan são colocados em preto). Mas também tem os casos mais "peculiares" (pra ser politicamente correto uma vez na vida....), em que a última edição de natal, com uma figura de Adão e Eva na capa, foi censurada em cinco países por mostrar os seios de Eva e por retratar figuras do Alcorão (Adão também não pode ser retratado)...
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