A Dilma ainda é primeiro lugar no concurso de pior candidato. Marina vem em terceiro. De novo, não vou incluir o Plinio de Arruda Sampaio porque ele faz concorrência desleal em propostas ruins. Faço outro post depois dizendo o que eu acho tosco em cada candidato.
Serra defende mais proteção comercial para o país. Quer dizer, Serra não só defende que os consumidores brasileiros paguem mais caro pelos produtos que precisarem comprar (e que as empresas que compram os produtos protegidos paguem mais caro pelo que elas precisarem comprar), como defende também mais lucros para empresas as custas de salários reais mais baixos para os trabalhadores brasileiros.
Que mania que alguns dos candidatos atuais (mais especificamente, Dilma e Serra) têm de propor disfarçadamente o aumento da desigualdade de renda no Brasil...
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Marina entra no concurso para ver quem é o pior candidato
Naturalmente, estou excluindo o Plínio de Arruda Sampaio do concurso, porque incluir ele seria competição desleal...
Agora, Marina Silva também defende a criação de uma assembléia constituinte especial para aprovar uma reforma política (este, este, e este outro são alguns links reportando a notícia). Com a Marina, ficam dois dos três principais candidatos a presidente neste ano defendendo a adoção de uma constituinte para a reforma política (o programa de governo do PT já propunha essa solução, e a Dilma admite essa possibilidade).
O problema dessa proposta é o seguinte: aprovar uma reforma política por meio de uma constituinte é uma forma fácil de se perpetuar no poder. Eis a receita: aprove voto distrital e desenhe distritos de forma a concentrar em poucos distritos o eleitorado da oposição e em muitos distritos o eleitorado da situação. Com isso, a oposição ganha em muitos distritos e consegue se manter no poder no legislativo, bloqueando propostas de qualquer futuro presidente da oposição. Para deixar claro: o problema não é o voto distrital, que tende a aumentar competição política local e reduzir corrupção (verdade, também tende a tornar a política mais local, porém, para um país que nem o Brasil, as necessidades são bastante locais). O problema é que, em uma constituinte, se pode aprovar leis novas por maioria simples, enquanto que no legislativo, só se pode alterar a constituição com maiorias qualificadas e após passar 2 vezes por cada casa. Taí porque aprovar voto distrital pelos meios legais (no Congresso) não é problemático, mas aprovar por meio de uma constituinte, é forma fácil de se perpetuar no poder...
Agora, Marina Silva também defende a criação de uma assembléia constituinte especial para aprovar uma reforma política (este, este, e este outro são alguns links reportando a notícia). Com a Marina, ficam dois dos três principais candidatos a presidente neste ano defendendo a adoção de uma constituinte para a reforma política (o programa de governo do PT já propunha essa solução, e a Dilma admite essa possibilidade).
O problema dessa proposta é o seguinte: aprovar uma reforma política por meio de uma constituinte é uma forma fácil de se perpetuar no poder. Eis a receita: aprove voto distrital e desenhe distritos de forma a concentrar em poucos distritos o eleitorado da oposição e em muitos distritos o eleitorado da situação. Com isso, a oposição ganha em muitos distritos e consegue se manter no poder no legislativo, bloqueando propostas de qualquer futuro presidente da oposição. Para deixar claro: o problema não é o voto distrital, que tende a aumentar competição política local e reduzir corrupção (verdade, também tende a tornar a política mais local, porém, para um país que nem o Brasil, as necessidades são bastante locais). O problema é que, em uma constituinte, se pode aprovar leis novas por maioria simples, enquanto que no legislativo, só se pode alterar a constituição com maiorias qualificadas e após passar 2 vezes por cada casa. Taí porque aprovar voto distrital pelos meios legais (no Congresso) não é problemático, mas aprovar por meio de uma constituinte, é forma fácil de se perpetuar no poder...
domingo, 15 de agosto de 2010
Serra promete 100 milhões de livros de graça
Esta é a notícia: o plano é dar livros para alunos e professores. O Serra deveria saber a diferença entre treatment e intention to treat: queira ou não queira, leitura de livros é algo opcional, e subsidiar livros está longe de ser é o suficiente para fazer as pessoas lerem. Afinal, vai ver, as pessoas não compram os livros exatamente porque elas não querem ler...
Não sei quantas vezes já escrevi isso aqui, mas a cada vez que eu ouço uma promessa nova da Dilma ou do Serra, mais eu me convenço que os dois estão disputando agressivamente para ver que é pior. Se eu tivesse leitores o suficiente no blog, eu iniciava uma campanha "vote Marina" (que eu não considero a candidata ideal, mas dado o nível do debate e dos programas de governo, é disparada a melhor candidata na minha opinião). Como a campanha não vai deslanchar, acho que o jeito é realmente votar com os pés.
Não sei quantas vezes já escrevi isso aqui, mas a cada vez que eu ouço uma promessa nova da Dilma ou do Serra, mais eu me convenço que os dois estão disputando agressivamente para ver que é pior. Se eu tivesse leitores o suficiente no blog, eu iniciava uma campanha "vote Marina" (que eu não considero a candidata ideal, mas dado o nível do debate e dos programas de governo, é disparada a melhor candidata na minha opinião). Como a campanha não vai deslanchar, acho que o jeito é realmente votar com os pés.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
O véu islâmico
Nos últimos anos, diversos países europeus começaram a proibir o uso pessoal de objetos religiosos em escolas, órgãos do governo e em outras ocasiões. Agora, o governo laico da Síria também proibiu o uso do véu islâmico em universidades, com medo da recente popularização do uso do véu e das potenciais conseqüências disso para um governo laico no Oriente Médio. Muitos argumentam em favor dessas leis, dizendo que o véu islâmico deve ser reprimido por ser uma opressão da mulher em grupos islâmicos.
Não sei, porém, se a restrição ao uso do véu é uma forma eficaz de reduzir a opressão da mulher no mundo islâmico: se o véu é uma forma de oprimir as mulheres no mundo islâmico (e não é simplesmente cumprimento da religião), os homens utilizam essa forma de opressão porque preferem tê-las oprimidas, e não por gostar do véu. A restrição ao véu torna mais caro para os homens um único meio de opressão das mulheres, o que induz os homens a substituirem o véu por outros meios de opressão. Mais ainda, o não cumprimento da religião pode se traduzir em menor poder de barganha da mulher em um domicílio islâmico religioso, e mais espaço para o homem oprimir a mulher. Colocando de outra forma, pode ser que a opressão ao véu acabe gerando mais opressão à mulher, que passa a ser aquela que não cumpre a religião, ao invés da protegida pela lei.
É importante que mulheres tenham direitos iguais aos dos homens de ir a escola e ter um trabalho, e é importante reprimir a violência doméstica contra mulheres. Para fazê-lo nesses lugares em que as mulheres são oprimidas, acredito que deveríamos subsidiar a ida de mulheres à escola, subsidiar o emprego de mulheres e fazer mais "leis Maria da Penha". Fazendo isso, não só tornaríamos esses meios de opressão mais caros, como também aumentaríamos o poder de barganha das mulheres dentro do domicílio. Aí sim eu teria mais segurança de que o Estado está lutando contra a opressão das mulheres.
Não sei, porém, se a restrição ao uso do véu é uma forma eficaz de reduzir a opressão da mulher no mundo islâmico: se o véu é uma forma de oprimir as mulheres no mundo islâmico (e não é simplesmente cumprimento da religião), os homens utilizam essa forma de opressão porque preferem tê-las oprimidas, e não por gostar do véu. A restrição ao véu torna mais caro para os homens um único meio de opressão das mulheres, o que induz os homens a substituirem o véu por outros meios de opressão. Mais ainda, o não cumprimento da religião pode se traduzir em menor poder de barganha da mulher em um domicílio islâmico religioso, e mais espaço para o homem oprimir a mulher. Colocando de outra forma, pode ser que a opressão ao véu acabe gerando mais opressão à mulher, que passa a ser aquela que não cumpre a religião, ao invés da protegida pela lei.
É importante que mulheres tenham direitos iguais aos dos homens de ir a escola e ter um trabalho, e é importante reprimir a violência doméstica contra mulheres. Para fazê-lo nesses lugares em que as mulheres são oprimidas, acredito que deveríamos subsidiar a ida de mulheres à escola, subsidiar o emprego de mulheres e fazer mais "leis Maria da Penha". Fazendo isso, não só tornaríamos esses meios de opressão mais caros, como também aumentaríamos o poder de barganha das mulheres dentro do domicílio. Aí sim eu teria mais segurança de que o Estado está lutando contra a opressão das mulheres.
sábado, 19 de junho de 2010
Mídia e cobertura de violência política
Turkey reported late last week that during operations in May, its forces killed some 130 Kurdish militants in Iraqi territorySe tem uma coisa que eu não entendo é o porquê de a mídia internacional cobrir que Israel matou 7 ou 9 militantes pró-Hamas que atacaram seus soldados, ou cobriu a violência política no Quênia após as últimas eleições, mas não cobrir que a Turquia mata militantes curdos em incursões contra curdos de iniciativa turca, ou que o governo do Sri Lanka quase acabou com o movimento dos Tigres de Tamil Eelat (que era um movimento separatista seletivo que só aceitava assassinos bem treinados) nos últimos 10 anos, e por aí vai. Mais ainda, eu não entendo o porquê de a mídia tomar um lado na questão de Israel, ou da Inglaterra contra o IRA, mas não tomar lado no caso do Quênia.
O que determina a cobertura de violência política pela mídia internacional? O que determina o viés da mídia nessas questões?
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Os políticos brasileiros e a sanções ao Irã
Recentemente, após a ONU aprovar sanções contra o Irã por seu programa nuclear, o chanceler Celso Amorim disse:
Amorim ainda teve a ignorância de falar:
Eu não sei porque, mais eu ainda me surpreendo com a dupla face da diplomacia brasileira atual: para os governantes de esquerda, tudo vale (inclusive abrir os nomes de votações e perseguir opositores), para os de direita, nada vale.
Referências:
Daron Acemoglu, Simon Johnson, James A. Robinson, Pierre Yared, "Income and Democracy", AER 98(3)
Markus Brückner, Antonio Ciccone, "Rainfall and the Democratic Window of Opportunity", Working Paper
Jeffrey DeSimone, Courtney LaFountain, "Still the Economy, Stupid: Economic Voting in the 2004 Election", NBER Working Paper 13549
"Nós não acreditamos em sanções"Claro...e como foi a reação da diplomacia brasileira à deposição de Manuel Zelaya em Honduras mesmo? Eles não queriam nem reconhecer presidente eleito...
Amorim ainda teve a ignorância de falar:
"Mais provável que [as sanções] tenham efeito negativo [sobre a continuidade do programa nuclear iraniano]"Isso é o cúmulo da falta de conhecimento de evidências. Alguém já viu evidências de que piores condições econômicas melhoram a posição do governo incumbente? Eu já vi várias contrárias...e, como feito de vez em quando aqui no blog, uma lista de referências sobre o tema segue o texto.
Eu não sei porque, mais eu ainda me surpreendo com a dupla face da diplomacia brasileira atual: para os governantes de esquerda, tudo vale (inclusive abrir os nomes de votações e perseguir opositores), para os de direita, nada vale.
Referências:
Daron Acemoglu, Simon Johnson, James A. Robinson, Pierre Yared, "Income and Democracy", AER 98(3)
Markus Brückner, Antonio Ciccone, "Rainfall and the Democratic Window of Opportunity", Working Paper
Jeffrey DeSimone, Courtney LaFountain, "Still the Economy, Stupid: Economic Voting in the 2004 Election", NBER Working Paper 13549
sábado, 5 de junho de 2010
Israel, Hamas e a flotilla de ajuda internacional
Existe uma mania mundial de pensar que tudo que se declara como ajuda humanitária é bom para o mundo e para as pessoas, e que só os perversos podem se prejudicar com tanto iluminismo. Isso não é verdade nem de acordo com os mais simples ditados de sabedoria popular...
Um exemplo claro de que nem sempre a ajuda internacional é boa é a recente flotilla de ajuda à Gaza. Para explicar o porquê disso, vale rever um pouco da história recente do conflito Israel-Hamas. O Hamas chegou ao poder em 2006 na faixa de Gaza, e expulsou de lá, na base da guerra, todos que fizessem oposição ao seu "governo" (assim como o al-Fatah fez na Cisjordânia). Tendo o controle da faixa de Gaza, o grupo manteve suas atividades de usar casas de civis palestinos para lançar mísseis (obtidos com financiamento iraniano) e tentar matar cidadãos israelenses. Por esse motivo, Israel criou um bloqueio à entrada de cimento, máquinas e outras coisas que pudessem ser usadas pelo Hamas na criação de armazéns de armas, túneis subterrâneos para contrabando, construção mísseis e nos ataques frequentes que o movimento fazia à Israel (para quem não conhece, procure se informar sobre a rotina da cidade de Sderot antes da guerra contra o Hamas, que era alvo de um míssil por dia). Por esse motivo também que houve a guerra contra o Hamas no final de 2008.
O grande problema dos palestinos na Faixa de Gaza é o Hamas no poder. Este é um movimento que governa sem oposição, comprando e forçando a população a agir de acordo com a agenda do grupo. Isso é feito de forma bastante simples: para oferecer ajuda internacional, os recursos devem passar pelas mãos do Hamas, para que o Hamas distribua os recursos de acordo com os seus interesses. Aqueles que não oferecerem suas casas como base de lançamentos de mísseis serão punidos, tanto com base em redução do acesso à serviços públicos, quanto com base em violência.
O bloqueio a Gaza, no final, tende a enfraquecer o Hamas: em primeiro lugar, o movimento perde recursos para fazer ajuda internacional. Em segundo lugar, as más condições econômicas favorecem o aparecimento de novos grupos que sejam capazes de competir politicamente com o Hamas, seja legal ou ilegalmente. Por fim, mesmo que o Hamas reaja às más condições econômicas com repressão da oposição, ele estará mais enfraquecido assim do que sob boas condições econômicas: se isso não fosse verdade, o Hamas forçaria as más condições econômicas por conta própria e se utilizaria de repressão em momentos de boas condições econômicas (o que não me parece nem um pouco razoável). O povo palestino na Faixa de Gaza se prejudica enormemente dessa situação. Mas devemos deixar bem claro: o problema dos moradores da Faixa de Gaza é o poder do Hamas, e o enfraquecimento do Hamas (com a manutenção de algum grupo pacífico que faça ajuda social) é a única política possível para melhorar a vida dos palestinos no longo prazo. O problema é que não conhecemos nenhuma política diferente de sanções que seja capaz reduzir a força de um movimento político no poder.
Após a longa digressão para entender o porquê do bloqueio econômico à Gaza, eu volto ao caso da flotilla. A flotilla estava em desacordo com a lei de um país democrático e soberano, que impôs um bloqueio econômico a uma região dominada por um movimento terrorista que transforma os seus civis em militares (ao forçá-los a usar suas casas como bases de lançamentos de mísseis). Os membros da flotilla disseram que não entregariam a ajuda nas mãos de Israel, pois eles nao ditribuiriam o cimento, as máquinas e a ajuda de reconstrução. O que eles "não perceberam" é que eles, ao fazer essa escolha, estão entregando a ajuda nas mãos do Hamas. A flotilla não tomou o lado do povo palestino: ela tomou o lado do Hamas contra Israel. Ela agiu na direção de perpetuar um grupo político populista e violento, e de continuar subjugando o povo palestino aos maus governos que o povo tem enfrentado.
O pior é que, quando Israel tenta se proteger e fazer a lei valer, os seus militares são recebidos na base da porrada. A sabedoria popular nos diz: o inferno está cheio de boas intenções, talvez até melhores que as da flotilla.
ATUALIZAÇÃO 1: O relato de serviços de inteligência israelenses sobre a preparação da flotilla está aqui. O relato também fala sobre as ligações do primeiro ministro turco, Recep Tayyip Erdogan com o grupo que organizou a flotilla.
ATUALIZAÇÃO 2: Sobre ligações da organização da flotilla com o Hamas e outros movimentos terroristas árabes, o relato da central de inteligência israelense é esse. Alguém no Brasil tem que dizer qual é o lado de Israel na história...
Um exemplo claro de que nem sempre a ajuda internacional é boa é a recente flotilla de ajuda à Gaza. Para explicar o porquê disso, vale rever um pouco da história recente do conflito Israel-Hamas. O Hamas chegou ao poder em 2006 na faixa de Gaza, e expulsou de lá, na base da guerra, todos que fizessem oposição ao seu "governo" (assim como o al-Fatah fez na Cisjordânia). Tendo o controle da faixa de Gaza, o grupo manteve suas atividades de usar casas de civis palestinos para lançar mísseis (obtidos com financiamento iraniano) e tentar matar cidadãos israelenses. Por esse motivo, Israel criou um bloqueio à entrada de cimento, máquinas e outras coisas que pudessem ser usadas pelo Hamas na criação de armazéns de armas, túneis subterrâneos para contrabando, construção mísseis e nos ataques frequentes que o movimento fazia à Israel (para quem não conhece, procure se informar sobre a rotina da cidade de Sderot antes da guerra contra o Hamas, que era alvo de um míssil por dia). Por esse motivo também que houve a guerra contra o Hamas no final de 2008.
O grande problema dos palestinos na Faixa de Gaza é o Hamas no poder. Este é um movimento que governa sem oposição, comprando e forçando a população a agir de acordo com a agenda do grupo. Isso é feito de forma bastante simples: para oferecer ajuda internacional, os recursos devem passar pelas mãos do Hamas, para que o Hamas distribua os recursos de acordo com os seus interesses. Aqueles que não oferecerem suas casas como base de lançamentos de mísseis serão punidos, tanto com base em redução do acesso à serviços públicos, quanto com base em violência.
O bloqueio a Gaza, no final, tende a enfraquecer o Hamas: em primeiro lugar, o movimento perde recursos para fazer ajuda internacional. Em segundo lugar, as más condições econômicas favorecem o aparecimento de novos grupos que sejam capazes de competir politicamente com o Hamas, seja legal ou ilegalmente. Por fim, mesmo que o Hamas reaja às más condições econômicas com repressão da oposição, ele estará mais enfraquecido assim do que sob boas condições econômicas: se isso não fosse verdade, o Hamas forçaria as más condições econômicas por conta própria e se utilizaria de repressão em momentos de boas condições econômicas (o que não me parece nem um pouco razoável). O povo palestino na Faixa de Gaza se prejudica enormemente dessa situação. Mas devemos deixar bem claro: o problema dos moradores da Faixa de Gaza é o poder do Hamas, e o enfraquecimento do Hamas (com a manutenção de algum grupo pacífico que faça ajuda social) é a única política possível para melhorar a vida dos palestinos no longo prazo. O problema é que não conhecemos nenhuma política diferente de sanções que seja capaz reduzir a força de um movimento político no poder.
Após a longa digressão para entender o porquê do bloqueio econômico à Gaza, eu volto ao caso da flotilla. A flotilla estava em desacordo com a lei de um país democrático e soberano, que impôs um bloqueio econômico a uma região dominada por um movimento terrorista que transforma os seus civis em militares (ao forçá-los a usar suas casas como bases de lançamentos de mísseis). Os membros da flotilla disseram que não entregariam a ajuda nas mãos de Israel, pois eles nao ditribuiriam o cimento, as máquinas e a ajuda de reconstrução. O que eles "não perceberam" é que eles, ao fazer essa escolha, estão entregando a ajuda nas mãos do Hamas. A flotilla não tomou o lado do povo palestino: ela tomou o lado do Hamas contra Israel. Ela agiu na direção de perpetuar um grupo político populista e violento, e de continuar subjugando o povo palestino aos maus governos que o povo tem enfrentado.
O pior é que, quando Israel tenta se proteger e fazer a lei valer, os seus militares são recebidos na base da porrada. A sabedoria popular nos diz: o inferno está cheio de boas intenções, talvez até melhores que as da flotilla.
ATUALIZAÇÃO 1: O relato de serviços de inteligência israelenses sobre a preparação da flotilla está aqui. O relato também fala sobre as ligações do primeiro ministro turco, Recep Tayyip Erdogan com o grupo que organizou a flotilla.
ATUALIZAÇÃO 2: Sobre ligações da organização da flotilla com o Hamas e outros movimentos terroristas árabes, o relato da central de inteligência israelense é esse. Alguém no Brasil tem que dizer qual é o lado de Israel na história...
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